Os Quadros da Bicicleta: Materiais
- Pedal Inicial
- 28 de abr. de 2020
- 4 min de leitura
Continuando nossa análise sobre Quadros de Bike. O material costuma ser o primeiro ponto de análise em uma bike. Ele influencia muito no peso e absorção de impacto pela estrutura da bike e é responsável, na maioria das vezes, pelo maior parte do custo final. Assim, é importante que sejam conhecidas as principais opções existentes e suas diferenças para ver a mais adequada para você.
Atualmente os mais diversos tipos de materiais são utilizados, como madeira, bambu, plástico... mas focaremos nos mais tradicionais: ferro, alumínio, cromo molibdênio e carbono. Ou seja, a maior parte são variações de ligas metálicas. Analisando variáveis como: preço, peso, resistência, conforto e reparabilidade você já terá boas referências para poder avaliar melhor as opções existentes.
Ferro O Ferro é o mais comum e antigo, tendo inúmeras pequenas variações em sua liga, sendo a mais famosa o aço carbono (não fibra de carbono!), conhecido em inglês como Hi Tensile Steel, que é uma variação melhor dele. As bikes bem básicas de algumas marcas e que normalmente são vendidas em hipermercados e lojas de departamento utilizam o ferro puro por ser mais barato, mas alguns modelos de bike Fixa ou Mountain Bikes o utilizam também com a variação do HiTen.

Apesar de ser o mais barato e o mais pesado entre todos os materiais analisados, é um dos mais confortáveis e o que tem a maior reparabilidade. Ou seja, ele é o que pode ser mais facilmente consertado pois qualquer soldador consegue fazer, não precisa ser especializado em bike, o que pode ser um quebra galho ótimo em emergências. Por outro lado, ele também é o que menos resiste as intempéries do ambiente, como água, podendo enferrujar, ainda mais em regiões litorâneas e o mais pesado.
Cromo Molibdênio ou Cromoly ou CrMo Provavelmente é o menos conhecido entre todos, pois atualmente poucas bikes os utilizam, na maioria Fixas ou BMX, mas foi o antecessor do alumínio, estreando em bikes de estrada e algumas MTBs. O quadro de “cromoly” une as vantagens do ferro e do alumínio, sendo confortável que nem o ferro e quase tão leve e ágil quanto o alumínio.

Sua reparabilidade é quase tão boa que nem a do ferro porém um pouco mais delicada, um quebra galho em qualquer lugar nem sempre funciona, mas melhor que o alumínio. Seu preço é similar ao alumínio mas não é tão fácil de achar. Por aliar boas características do ferro e do alumínio é muito utilizado para bikes de cicloturismo. Um ponto negativo dele é que de todos é o que mais polui o meio ambiente em sua produção por utilizar Cromo.
Alumínio
Substituto do “cromoly”, o Alumínio é o material para bike mais conhecido e difundido de todos. Apesar de ser mais recente que o ferro e o cromo molibdênio, ele é o que equipa a maioria das bikes de entrada e intermediárias de todas as categorias, por apresentar um bom custo benefício.

De todos os materiais apresentados aqui ele é o mais desconfortável, pois é o que absorve menos as vibrações do piso, mas compensa em peso e agilidade, entregando mais performance que o ferro. Sua reparabilidade também é boa, mas pior que a do ferro, pois é mais difícil de ser feita e deixa o material com menos resistência.
Seu preço fica no meio termo entre os demais, sendo uma boa opção para quem quer mais performance sem gastar muito. Apesar de não ser o mais leve de todos, um bom quadro de alumínio consegue ser tão leve como muitos quadros intermediários de carbono!
Carbono
O Carbono ou Fibra de Carbono (não é o Aço Carbono!) é o destaque da atualidade. Apesar de não ser tão novo assim, já tem pelo menos uns 20 anos, se tornou mais acessível ou disponível (se é que dá para dizer isso, pois ainda são bem caros) de uns 10 anos para cá. Normalmente é utilizado em bikes mais premium e que focam performance, onde poucas gramas fazem diferença. Em relação ao alumínio, apresenta mais conforto, menor peso, e, claro, maior preço.

De todos aqui apresentados, é o único que não é uma liga metálica — o próprio nome já diz, é uma fibra. O que dá o trunfo de unir conforto e desempenho de uma ótima forma. Aí, porém, mora também seu calcanhar de Aquiles: diferentemente dos demais que podem ser desamassados, desentortados ou soldados, ele raramente é reparável, pois quebra direto (não dá sinais de fadiga). Além disso é preciso mão de obra especializada, e mesmo assim não costuma ficar tão bom quanto o original, deixando o quadro fraco e desalinhado. Ou seja, só permite pequenos reparos.
COMPARANDO OS MATERIAIS
Segue uma tabela comparativa entre os matérias, feita baseada em nossa experiência, conhecimento e opinião, para facilitar sua análise.

Espero que tenhamos lhe ajudado a esclarecer alguns pontos dessa parte tão importante da bike e que assim você possa escolher com mais facilidade a melhor para você. Lembrando que você sempre deve começar pensando no que você precisa, depois o que você quer e aí definir quanto irá investir.
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