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Brasil sem ciclistas de estrada na próxima Olimpíada

  • Foto do escritor: Pedal Inicial
    Pedal Inicial
  • 31 de out. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 28 de abr. de 2020

Não é sexta feira 13, mas é Halloween, e por isso a bruxa está solta e assombrações podem aparecer, até no ciclismo. Essa semana vários veículos de mídia do jornalismo (entre eles o UOL e o G1) escreveram sobre a triste noticia de que pela primeira vez em 36 anos o Brasil não terá nenhum representante no ciclismo de estrada nas Olimpíadas de Tóquio de 2020, nem no masculino nem no feminino. Desde 1980 o Brasil classificava uma média de 3 ciclistas por edição, sendo que na última olimpíada do Rio em 2016 teve seu melhor resultado da história com a ciclista Flavia Oliveira ocupando a sétima colocação geral feminina.


A noticia em si é triste, mas poderia ser compreensível se o que levou a isso fossem motivos inerentes ao esporte, como os ciclistas terem competido mas não atingido o desempenho necessário, imprevistos como lesões e problemas mecânicos ou até falta de dinheiro ou patrocínio (que é um problema real que também impacta mas não foi o caso). O que resultou nisso são dois principais fatores: falta de apoio e doping.


Desde 2016, após a olimpíada no Brasil, o país não teve nenhum evento chancelado pela UCI (União Ciclística Internacional) que contasse pontos para o ranking oficial, que vale como referência para as olimpíadas. Isso ocorreu não por falta de tentativa mas por falta de apoio de governos (municipal, estadual e federal) assim como órgãos públicos (concessionárias de estradas, polícia e afins).


O ciclismo de estrada profissional, diferente do ciclismo de estrada amador e da maioria dos outros esportes, precisa de espaço aberto e grandes distâncias (geralmente acima de 100 km). Ou seja: de estradas asfaltadas (de preferência em boas condições). O que exige diversas aprovações e bloqueios de vias por algumas horas, e que sem esse apoio gorvernamental não é possível. Para se ter uma ideia, a última prova nacional que contaria pontos para o ranking da UCI devia ter ocorrido em 2015 mas foi cancelada por parte de apoio.


O outro “fantasma” é o doping, que infelizmente faz parte do ciclismo profissional mundial há muito tempo. Inclusive com episódios reais que mais pareciam ficção (lembram do doping por transfusão de sangue de Lance Armstrong?). Atualmente temos mais de 30 ciclistas brasileiros suspensos por doping (pela última lista que vimos eram 36), em sua maior parte homens do ciclismo de estrada, sendo que boa parte foi pego esse ano. Com essa estatística revoltante não é de se esperar que muitas empresas tenham retirado seus patrocínios a equipes e atletas.


Para alegrar um pouco, no Mountain Bike a história é bem melhor, com mais apoio (até porque normalmente exige menos bloqueios de vias publicas) e com menos casos de doping. Além de um ídolo nacional como o Henrique Avancini, que está entre os 3 melhores do mundo e tem chance real de uma medalha olímpica na próxima olimpíada.


Pelo menos o Halloween está acabando e esperamos que as assombrações vão embora junto com ele.

Foto: Lubo Minar on Unsplash


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