Problemas modernos: analfabetismo motor
- Pedal Inicial
- 17 de dez. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de abr. de 2020
Todos conhecemos o problema do analfabetismo, mas já ouviram falar de analfabetismo motor? Infelizmente é uma realidade para muitos, e está ligado a sua capacidade de se expressar e se movimentar fisicamente com seu corpo (mãos, pés, braços, pernas e todos os outros membros).
Esse é o resultado de rotinas cada vez mais sedentárias e fechadas, em que passamos muito tempo sentados utilizando telas tecnológicas (computadores, celulares, TVs) dentro de ambientes "seguros" (casa, escola, shoppings) e sozinhos, sem a interação direta com outras pessoas. Esses hábitos frequentes estão levando cada vez mais a deixar de saber utilizar as funções básicas do nosso corpo.
Esse problema não ocorre só com adultos, mas cada vez mais com crianças. O que, sem intervenção precoce, torna-se muito mais difícil reverter esse quadro, pois o desenvolvimento da coordenação motora e da percepção corporal ocorre principalmente durante a infância.
O IBGE realiza de tempos e tempos um estudo chamado Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) que embasa isso. No último estudo divulgado em 2015, das mais de 100 mil crianças do 9º ano entrevistadas de todo o Brasil, 65,6% delas tinham feito somente até 299 minutos (quase 5 horas) de atividade física acumulada nos últimos 7 dias anterior à pesquisa. E isso incluía as caminhadas de deslocamento diário. Ou seja, provavelmente muitas delas não fazem um mínimo de exercício necessário para seu desenvolvimento. E quando essas mesmas crianças são perguntadas se fariam mais atividade física durante a semana se tivessem oportunidade, 60,8% diz que sim, faria.
Quando questionadas sobre quantas vezes tinha comparecido às aulas de educação física da escola nos últimos 7 dias, mais da metade (51,6%) disse que só tinha ido 1 vez ou nenhuma vez. Para piorar esse comportamento, 34,4% delas disseram que não tinham feito mais de 60 minutos de atividade física no geral em nenhum dos últimos 7 dias. Além disso, elas declaram que costumam ficar sentadas, assistindo televisão, usando computador, jogando videogame, conversando com amigos etc, semanalmente, por mais de três horas em 56,1% dos casos.
Esses dados todos são um sintoma do que acontecerá futuramente com essas pessoas, que terão dificuldade para realizar atividades básicas, como andar, correr, girar, saltar. A falta de preparo para realizar movimentos básicos resulta em lesões e em dificuldade para realizar atividade física na idade adulta.
De acordo com o pesquisador e professor de educação física Luiz Roberto Rigolin, “O desenvolvimento motor fica bastante comprometido a partir do momento em que a criança que está engatinhando é colocada num cercadinho durante a maior parte do tempo. Da mesma forma, se essa criança não tiver um nível de atividade satisfatório dos três aos seis anos de idade, pode ter o desenvolvimento freado. Esse passado compromete”.
Isso também é embasado por outro estudo realizado por sua empresa, a Fity Gestão Esportiva, o KTK (Körperkoordination Test für Kinder), que é uma metodologia alemã desenvolvida para avaliar as habilidades motoras em crianças e adolescentes. Segundo Rigolin “A maior parte das crianças e adolescentes testados figuram do normal para baixo. É raríssimo encontrar alguém que fique no nível bom ou ótimo. Mesmo crianças que participam de escolinhas de futebol costumam ficar nas faixas de normal para baixo”.
E onde entram a escola e a bike nisso tudo? A escola entra propiciando o espaço e incentivando a prática de diferentes tipos de atividades físicas e a bike entra como sendo o meio de fazer isso. Se você acha que a bike é uma boa ferramenta para educar fale conosco, pois temos um programa especifico para escolas!
Foto: Clark Young
#bicicleta #bicycle #pedalinicial #educacaofisica #escola #analfabetismomotor #ods @onubrasil @ibgeoficial
Commentaires